quinta-feira, 16 de abril de 2009

Plano de apoio ao sector automóvel (PASA), despedir ou valorizar os trabalhadores?


O Plano de apoio ao sector automóvel (PASA) tem algumas condicionantes para as empresas que se candidatam, nomeadamente demonstrarem viabilidade económica e não efectuarem despedimentos colectivos, durante a vigência do programa e após o seu término em período equivalente ao de duração do programa.


A Faurecia candidatou-se ao programa, viu a sua candidatura aprovada, após ter solicitado a respectiva acreditação, não só para desenvolver formações de âmbito interno, mas também recorrendo a empresas certificadas para ministrar formações em articulação com o instituto do emprego e formação profissional (IEFP) , em áreas com alguma relevância para os trabalhadores desta empresa.


Quem todos os dias está na empresa, como a Comissão de Trabalhadores (CT) que negociou com a Direcção da empresa este tipo de alternativa a outras medidas mais penalizadoras para os trabalhadores, verifica que o corrupio existente entre trabalhadores e formadores dentro da fábrica, e a dinâmica criada para que estes trabalhadores tivessem acesso a estas formações, as quais lhe proporcionarão mais e melhores capacidades qualitativas, seja de formação profissional ou de formação pessoal, porque também o programa novas oportunidades tem funcionando nesta empresa, obviamente tem de se sentir satisfeito com as negociações que decorreram, entre a Direcção da empresa e CT, porque tudo está a funcionar como previsto.


Se considerarmos que estas formações decorrem em horário normal de trabalho, até parece que estamos perante um normal funcionamento da empresa, mas não, não é assim! Enquanto estes trabalhadores estão em formação parte da empresa não está a laborar, ou seja, a vender o resultado da sua produção, que em circunstância normal estaria a fazer, que seria fornecer os seus clientes os quais se encontram com paragens nas suas produções.


Assim esta acção tem, não só, como objectivo a valorização profissional dos trabalhadores, mas também criar uma empresa dotada de meios humanos, o mais qualificado e competitivo possível, que é também, no nosso entender, um factor determinante para enfrentar a crise instalada neste sector.


Na conjuntura actual, têm e devem os representantes dos trabalhadores de procurar defender afincadamente, não só a manutenção do emprego, mas a valorização dos trabalhadores que defendem, exigindo a maior e melhor formação para todos.


Servem estas medidas para verificar, também, qual é o estado das empresas e o diálogo social a que se dispõem prestar junto dos seus trabalhadores. Devem as empresas que recorram a despedimentos e ao lay off serem alvo de investigação, se realmente existem motivos para o fazerem, porque são os trabalhadores os mais penalizados.


Assim, estranhamos que em todo o parque industrial da Autoeuropa, apenas a Faurecia esteja, até ao momento, ao abrigo deste plano.


Será mau prenúncio comparativamente com as restantes empresas? Esperamos que não!



Daniel Bernardino
Coordenador da Comissão de Trabalhadores da Faurecia
Parque Industrial Autoeuropa

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