segunda-feira, 22 de março de 2010


O Barreiro Velho

A degradação a que chegou o Barreiro Velho é verdadeiramente insuportável. Atinge-nos em grande medida pelo seu valor simbólico. Outrora coração da cidade, agora resquício de um património histórico e cultural quase desaparecido ou mesmo desaparecido, de que os tristes exemplos mais recentes são o edifício do Sindicato dos Ferroviários ou o Teatro Cine. Vencidos os complexos da assunção plena da nossa história e ultrapassada a guerra egoísta entre poderes locais e centrais sobre a definição de responsabilidades neste território concreto, urge intervir congregando actores privados, públicos, cidadãos e instituições. Os projectos a desenvolver devem partir de um diagnóstico e plano de acção participados pelos cidadãos incluindo os moradores e comerciantes do Barreiro Velho. Não basta criar Conselhos de Reabilitação para a reabilitação do Barreiro Velho e simultaneamente permitir que as opções concretas sobre as acções a desenvolver passem ao lado dos cidadãos e entidades que aí vivem, convivem e trabalham, como aconteceu com a candidatura Barreiro Vivo recentemente efectuada e não aprovada no âmbito do QREN. O futuro deverá passar por usos urbanos diversificados, oferta habitacional qualificada, proactividade dos cidadãos e instituições (ex: Mercado Marquês de Pombal e as iniciativas do Grupo de Amigos do Barreiro Velho) e também pela intervenção da própria Câmara Municipal do Barreiro nos equipamentos de que é proprietária.

Humberto Candeias

Deputado Municipal do Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal do Barreiro

Membro da Concelhia do BE-Barreiro

Sem comentários: