quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010



O terceiro sector: riscos e oportunidades em tempo de crise

As ONG`S têm vindo a assumir novas responsabilidades neste período de emergência social em que vivemos. A mais valia da proximidade junto das comunidades locais, da capacidade de realização e dinamização social, fazem destas organizações entidades chave no suporte às pessoas em situação de vulnerabilidade, nomeadamente por razão de desemprego ou pobreza. No momento em que as entidades ex-libris do capitalismo financeiro arruínam países e milhões de famílias, são as ONG`S, instituições sem fins lucrativos, que contribuem, diariamente, também em Portugal, para elevar a coesão social e dignidade humana.

A importância do papel destas associações e cooperativas merece uma nova abordagem política. A contratualização do estado com estas organizações para a realização de projectos e serviços no domínio social não pode ser determinada por uma necessidade de embaratecer o custo dos serviços públicos. Algumas modalidades de cooperação e financiamento a estas instituições evidenciam um claro sub-financiamento, quer em instalações e equipamentos, quer no funcionamento. Uma política que reconheça com propriedade a autonomia e o alcance da intervenção das ONG`S investirá na sua qualificação e avaliação e não favorecerá o desenvolvimento de actividades em condições precárias e sem o necessário enquadramento técnico e formativo.

O alargamento e diversificação da Economia Social pode vir a constituir uma alternativa ao actual modelo económico gerador de profunda injustiça social e insatisfação humana.

A crise também é um momento de crescimento.

Qual é papel que a Economia Social quer ter na sociedade em que vivemos?


Humberto Candeias

Deputado Municipal do Bloco de Esquerda na Assembleia Municipal do Barreiro

Membro da Concelhia do BE-Barreiro

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