quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010


DEMOCRACIA DIRECTA

Por Rosário Vaz

Secretariado da Concelhia do BE-Barreiro;

Eleita pelo BE na Assembleia Municipal do Barreiro;



Acabámos de assistir ao que poderíamos dizer, com propriedade, “a montanha pariu um rato”, quando o Governo Sócrates fez crer que ia ouvir a oposição para decidir sobre o que havia de ser o Orçamento do Estado.

Efectivamente, aquilo a que assistimos, mais não foi do que uma farsa mal desempenhada, diga-se em abono da verdade.

Num primeiro olhar, constata-se que a Esquerda, consubstanciada no Bloco de Esquerda e no Partido Comunista Português, se demarcou de um Orçamento que não traz ao povo português a menor das alterações para a sua situação de desemprego e de pobreza; num segundo plano, vemos o PSD e o CDS em disputa pela afirmação das suas propostas de direita. E afinal, em que ficámos? Em nada mais do que nada, para além do que já estava determinado, mas o suficiente para que o Orçamento fosse aprovado e as políticas de manutenção de um “status quo” de miséria vingassem, a todo o custo.

Mais perto de todos nós, teremos, muito em breve, oportunidade de conhecer e debater o Orçamento para o nosso Município. Este é, sem dúvida, um momento crucial para a definição de políticas e prioridades para o nosso concelho.

Os eleitos para a Assembleia Municipal irão, necessariamente, pronunciar-se sobre ele. E a restante população não terá nada a dizer ou deixa por mãos alheias aquilo que lhe diz tão directamente respeito?

Sempre defendi que a participação nos órgãos autárquicos é da maior importância democrática; neste momento, e no caso da discussão de um instrumento que mexe com o futuro de todos, penso que mais do que isso, seria importante a auscultação dos barreirenses e, aí sim, teríamos um Orçamento participativo, um Orçamento que corresponderia aos anseios dos cidadãos.

É tempo de afirmarmos a nossa democracia, não só nos momentos eleitorais, mas sobretudo em acções concretas, diria mesmo, não critiquemos, em vão, o que se passa no Governo Central, para, localmente, nos demitirmos das nossas responsabilidades.

Sem comentários: