quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O Fórum




Os centros comerciais crescem em Portugal como cogumelos. Em 2008 batemos o recorde europeu no crescimento deste tipo de empreendimentos. Temos ainda o recorde da maior superfície da Europa na área da grande Lisboa. Curiosamente esta situação acontece num país em que há pouco tempo atrás detinha, na Europa, a maior taxa de ocupação/m2 pelo pequeno comércio. Trata-se de uma matriz socioeconómica em alteração. No Barreiro essa alteração já se tinha iniciado, agravou-se com a abertura do Fórum e vai piorar com a abertura das novas superfícies comerciais previstas para o Concelho. A abertura de alguns estabelecimentos na proximidade do Fórum não é suficiente para compensar os que fecharam e as perdas de outros. O definhamento do comércio tradicional na cidade tem custos elevadíssimos sob o ponto de vista económico, social, na qualidade de vida no espaço público, na conservação do património e na segurança. Falta uma política pública que estimule o comércio tradicional de modo contrariar a desertificação e empobrecimento do espaço público. A decisão de reabilitar o Mercado 1º de Maio foi um passo positivo nesse sentido, mas carece de um enquadramento numa política de promoção do comércio tradicional. A par dos comerciantes e das suas Associações, o Governo e as Câmaras Municipais devem investir na dinamização do comércio, pela inovação e criatividade, favorecendo a personalização, qualidade e diferenciação. Um bom exemplo dessa criatividade, são as iniciativas do Mercado Biológico e Mercado das Velharias promovidas pelos Amigos do Barreiro Velho.

Humberto Candeias

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