terça-feira, 19 de maio de 2009

O barreiro no eixo de confluência da mudança







Desde há algum tempo a esta parte, o Barreiro vem sendo notícia nas páginas dos jornais locais e nacionais. Pode mesmo dizer-se que o Barreiro atravessa uma fase crucial de oportunidade, pois a sua posição estratégica relativamente aos investimentos públicos que se desenham no horizonte – Terceira Travessia do Tejo, o Novo Aeroporto e a exposição ribeirinha dos terrenos da Quimiparque, surgem como uma quase oferta de rampa de lançamento da cidade que, depois da era industrial, veio perdendo em oferta de emprego, em desenvolvimento e, por isso, em população efectiva.
Acrescendo a estes factos, surge-nos agora um Projecto chamado do “Arco Ribeirinho Sul”, onde, naturalmente, o Barreiro se inclui.

A grande aposta está em criar, na Área Metropolitana de Lisboa, “uma grande metrópole de duas margens”, onde o Tejo pode, hoje, como outrora, ser um protagonista de valor acrescentado. E é aí que o Barreiro deve surgir inovador e com sentido da sua História.

Efectivamente, o Barreiro foi, nos seus primórdios, uma vila piscatória e de moleiros, estes dos aí presentes moinhos de maré. Com o passar dos tempos, o Barreiro passou a vila industrial e operária; as indústrias que nos levam a falar da agora Quimiparque, passavam de Alcântara para o Barreiro via Tejo. Este, porém, entrava pelos territórios adentro através do seu afluente Coina e também aí deixou marcas que integram a História desta cidade.

É, pois, uma evidência que, neste, ou em qualquer que fosse o Projecto, o Tejo tinha de estar no Centro da valorização do Barreiro do futuro.
Consciente das potencialidades do referido Projecto do Arco Ribeirinho Sul, o Bloco de Esquerda tem contributos objectivos que passam pela proposta de criação de um Centro Cultural e Científico do Tejo.

Este mesmo Tejo que se prepara para suportar um terceiro atravessamento, tem forçosamente de ser rentabilizado e equacionado nas suas múltiplas valências e ofertas de oportunidade.

Ao falar de Centro Cultural e Científico do Tejo não está subjacente a ideia de um espaço físico, diga-se, um edifício colocado algures, no Barreiro. Pensa-se, antes, que o Barreiro tem matéria importante e suficiente para motivar a investigação científica e cultural, em torno da sua História, o que consubstanciará, garantidamente, o desenvolvimento equilibrado e harmonioso desejado.
Assim, essa ideia vai começar a concretizar-se já no próximo dia 16 do presente mês, com a realização do Seminário “Os Caminhos do Tejo”, no Auditório da Biblioteca Municipal, entre as 10 e as 17Horas, com a realização de três mesas de apresentação de temas variados, por especialistas de reconhecido mérito, da História à Biologia, passando pela Geografia, Economia e outros.

Este será também um contributo, que se afigura indispensável, para pôr travão à destruição do Património Histórico, seja ele edificado ou de memórias construído, na preservação da identidade do Barreiro.


Rosário Vaz - BE

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