segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Expectativas para o mandato






O Bloco de Esquerda espera que o próximo mandato traga uma maior relação de proximidade e participação entre os eleitos e a população. A Câmara, a Assembleia Municipal, as Juntas e Assembleias de Freguesia não podem continuar a funcionar num registo tão distante das pessoas e dos seus problemas concretos. A participação dos cidadãos nas várias sessões dos órgãos autárquicos é muito reduzida ou mesmo nula.

Em consonância constatamos a crescente e elevadíssima taxa de abstenção registada no último acto eleitoral reflectindo uma indiferença pela gestão do Concelho de cerca de metade dos eleitores. Esta realidade não pode deixar de inquietar todas as forças políticas e os seus eleitos.

Centrar as políticas e a actividade dos diferentes órgãos nas necessidades das pessoas constitui o grande desafio que se coloca a todos os órgãos autárquicos.
Nesse sentido apoiar com medidas concretas as pessoas em situação de maior vulnerabilidade por razões económicas, sociais ou deficiência não pode deixar de estar na primeira linha da actuação política.

A nossa intervenção política far-se-á no sentido da criação de contextos para a participação e co-responsabilização dos cidadãos, em todos os domínios relevantes, como é o caso da revisão do PDM.

Temos como adquirido que sem a criação de oportunidades de participação efectiva com acesso a informação permanentemente disponível, actualizada e inteligível, o desenvolvimento local sustentado não passará de uma miragem.

Humberto Candeias

Sobre as eleições







1 - Legislativas
Os resultados destas eleições podem resumir-se em alguns aspectos fundamentais: cumpriu-se uma prioridade para o país, romper com a maioria absoluta do PS de Sócrates, ou seja romper com as políticas de direita de um partido que não soube respeitar o nome por que se designa e defraudou grande parte dos seus votantes habituais.

Simultaneamente, viu-se crescer uma nova esquerda em Portugal, uma esquerda que enfrenta, com coragem e determinação, as políticas da direita, lutando por uma sociedade de mais justiça social.

É o caso do Bloco de Esquerda que consegue uma votação de mais de meio milhão de votos e duplica o número de deputados, na Assembleia da República.

O eleitorado português de esquerda manifestou, nestas eleições, a sua maturidade democrática; o povo português votou no seu futuro, votando à esquerda.

2- Autárquicas
No rescaldo das eleições autárquicas de 11 de Outubro de 2009, é notório que o Barreiro deu uma vitória clara à CDU, a força política de maior tradição autárquica, nesta cidade. O BE saúda, por isso, Carlos Humberto por esta vitória tão expressiva.

Simultaneamente, o PS baixa fortemente o seu eleitorado e não consegue voltar a página, no sentido de retomar um mandato que foi de apenas quatro anos, na Câmara Municipal. O BE saúda os vereadores eleitos pelo PS, em particular os eleitos pela primeira vez.

O PSD, apesar da perda significativa de votantes, mantém, em geral, a representação obtida, anteriormente, nos diversos órgãos autárquicos. O Bloco de Esquerda saúda o futuro Vereador Nuno Banza, eleito pela primeira vez para a Câmara Municipal.

Entretanto, não deixa de ser preocupante que o CDS/PP continue, nas autárquicas, como já acontecera nas legislativas, a aumentar o número de votos, numa cidade assumidamente de esquerda.

O Bloco de Esquerda assume claramente não ter atingido os objectivos a que se propusera, nestas eleições: eleger um Vereador, reforçar o número de mandatos na Assembleia Municipal e Assembleias de Freguesia, ainda que o seu resultado traduza uma importante consolidação, em geral, dos resultados obtidos nas eleições autárquicas anteriores.

A reeleição do BE, para os diferentes órgãos autárquicos, evidencia, a par do seu envolvimento na vida social, cultural e política da cidade, a persistência de uma nova força partidária, entre todas as outras, no Barreiro.

Sendo um partido com uma vida muito curta a nível do poder autárquico, considera, ainda assim, ter a capacidade necessária à construção de uma cidade mais justa, próspera e participada..

Rosário Vaz – BE
Eleita para a Assembleia Municipal

Barreiro, Outubro de 2009

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

O Fórum




Os centros comerciais crescem em Portugal como cogumelos. Em 2008 batemos o recorde europeu no crescimento deste tipo de empreendimentos. Temos ainda o recorde da maior superfície da Europa na área da grande Lisboa. Curiosamente esta situação acontece num país em que há pouco tempo atrás detinha, na Europa, a maior taxa de ocupação/m2 pelo pequeno comércio. Trata-se de uma matriz socioeconómica em alteração. No Barreiro essa alteração já se tinha iniciado, agravou-se com a abertura do Fórum e vai piorar com a abertura das novas superfícies comerciais previstas para o Concelho. A abertura de alguns estabelecimentos na proximidade do Fórum não é suficiente para compensar os que fecharam e as perdas de outros. O definhamento do comércio tradicional na cidade tem custos elevadíssimos sob o ponto de vista económico, social, na qualidade de vida no espaço público, na conservação do património e na segurança. Falta uma política pública que estimule o comércio tradicional de modo contrariar a desertificação e empobrecimento do espaço público. A decisão de reabilitar o Mercado 1º de Maio foi um passo positivo nesse sentido, mas carece de um enquadramento numa política de promoção do comércio tradicional. A par dos comerciantes e das suas Associações, o Governo e as Câmaras Municipais devem investir na dinamização do comércio, pela inovação e criatividade, favorecendo a personalização, qualidade e diferenciação. Um bom exemplo dessa criatividade, são as iniciativas do Mercado Biológico e Mercado das Velharias promovidas pelos Amigos do Barreiro Velho.

Humberto Candeias