segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Dose dupla acaba com maioria absoluta!




O resultado das eleições legislativas tem motivos para que os militantes do Bloco de Esquerda possam sorrir! O facto de duplicar o número de deputados traz uma força anímica para nos embalar para as autárquicas com outra pujança.

O facto de passarmos a representar mais Distritos do País também nos traz mais responsabilidades e para elas estamos preparados, porque sabemos que as pessoas anseiam por mais justiça social e de quem apresente as suas reivindicações no Parlamento.

Mas, aquilo que se pretendia era que terminasse a maioria absoluta, e esta morreu, ainda bem! Mas não é tempo de guardar as bandeiras e baixar o tom de voz, porque os próximos quinze dias necessitam de mais esforço e nem há tempo para recarregar as baterias.

Vamos mostrar que queremos também estar presentes em mais Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia para mudar o sentido das políticas que se fazem por este país a nível autárquico.

Assim, está na hora! Está na hora da mudança e queremos que aqueles que acreditaram no Bloco tenham também motivos para sorrir quando sentirem que os Deputados eleitos tudo farão para que cada voto que nos deram tenham efeitos na mudança das políticas de direita que este Governo seguiu.

O PS está por “arames” e sentiu isso com a sua campanha eleitoral, como também o sentiu quando discursou ao País a festejar uma vitória eleitoral quando perdeu a maioria absoluta. Se havia grandes motivos para festejar, não eram estes certamente! Mas, no seu discurso não se esqueceu de referir o Francisco Louçã! Estará preocupado? Pareceu-me que sim, porque não referiu nada sobre o PSD, o qual, penso, eu seria o seu adversário directo. Podemos considerar que afinal o seu adversário político directo era o Francisco Louçã e o Bloco de Esquerda, ainda bem porque assim venceu o Bloco que lhe retirou a maioria absoluta!

Esquerda ou maioria absoluta? Pois, parece que deu esquerda!


Daniel Bernardino

Primeiro os parabéns…




Para quem viveu em tempos de direito de voto condicionado, nulo ou perverso, o decorrer normal de qualquer eleição, tenha os resultados que tiver, é, só por si, motivo de festa interior. Por mais umas eleições livres está de parabéns o País. Também deverá ser felicitado por, na sua escolha, ter introduzido mais um elemento de democracia na Democracia. Trata-se da supressão da maioria absoluta e do regresso do poder ao Parlamento, local primordial, por natureza, do querer democrático.

Como venho defendendo, a maioria absoluta é uma subversão do sistema preparado para relativizar o poder e mantê-lo dentro dos limites da sua representatividade. A dispersão do voto por mais partidos torna a representação mais real embora exija, de quem quer governar, a procura incessante de consensos. É mais difícil, é mais trabalhoso, mas é mais equânime.

Continuando as congratulações dirijo-as seguidamente ao PS, vencedor aritmético do prélio e seguramente mandatado para a formação do novo governo; ao CDS-PP, com um amargo de boca da minha parte, porque obteve uma clara vitória conseguindo todos os objectivos a que se propôs, ficando em posição excelente para condicionar, para as suas propostas, a acção do futuro governo; ao Bloco de Esquerda pelo crescimento exponencial da sua votação, número de deputados e consolidação no terreno e ao PC porque, apesar de perder o lugar no “ranking”, conseguiu aumentar o número de votantes e, em Setúbal, averbou mais um deputado.

depois os cuidados!

O quadro saído destas eleições é complexo e pode vir a tornar-se preocupante. Advém-lhe a complexidade das diversas geometrias de poder que se poderão constituir. Assim, não entrando em linha de conta com os votos da emigração ainda por atribuir, o somatório de deputados do PSD e do PP, ultrapassam em dois lugares os votos do PS, podendo perspectivar-se com escolha governativa. Não crendo que o Presidente, por fragilizado, se atrevesse a tal feito, ele é, constitucionalmente possível. Ao Presidente cabe indicar o Primeiro Ministro tendo em conta os resultados eleitorais. O conjunto da direita é, em relação ao PS, maioritário. Outra maioria possível é facultada com um acordo PS/CDS. Só que aqui, a facilidade governativa, tenderia a incendiar os conflitos internos no PS. E Sócrates, para ganhar, viu-se obrigado a compromissos com a ala esquerda do seu partido, esgrimida, em desespero de causa, na recta final da campanha, tendo como endereço os possíveis votantes no bloco de esquerda. A maioria PS/PSD, a presumivelmente mais estável em termos de governação, está impossibilitada pela previsível contenda interna no segundo partido e pela necessidade do seu novo líder ter de ganhar espaço opondo-se às políticas governamentais. A maioria de esquerda, apenas existente aritmeticamente, é inviável no quadro de uma política que, embora de modo mais “soft”, se inscreverá no conjunto de soluções anteriormente apresentadas pelo Governo Sócrates.

Então, perguntar-se-á, não ganhamos nada, ficou tudo na mesma?

A resposta é um rotundo não! O quadro político foi substancialmente alterado. Mudaram, na direita, as dinâmicas interpartidárias; nas esquerdas voltou, apesar de tudo, a reforçar-se a maioria sociológica que , paulatinamente, se tem vindo a afirmar; e o primeiro ministro a empossar, quer queira, quer não queira, terá de contar com ela, não só para apoiar algumas medidas de esquerda, como para manter a paz no seu partido.

E o Presidente da República?

Teria, provavelmente agora, o seu momento de maior poder e glória mas, depois do incidente cretino das escutas – e antes de ele vir explicar-se ao Povo – creio bem que pode iniciar-se aqui a sua caminhada para a não reeleição.

Carlos Alberto Correia

terça-feira, 22 de setembro de 2009

A Sétima Vaga




Uma velha lenda do sudeste asiático, terras bem conhecedoras de violentos maremotos, conta-nos que a Natureza, em virtude dos maus tratos que os homens lhe dão, por vezes se zanga com a humanidade. Nessa altura as águas do mar invadem a terra e a sétima vaga destrói todos os vestígios humanos em terra. Ao cataclismo, mito paralelo ao dilúvio ocidental só que com repetições periódicas, segue-se a regeneração da humanidade, a partir de uns quantos sobreviventes escolhidos. Este ciclo continuará enquanto as sociedades não chegarem à plena harmonia com o todo e forem cometendo erros contra a Natureza.

Recordo-me de, há também muitos anos, ter visto um documentário sobre um colónia de insectos que viviam em folhas de nenúfares flutuando num lago. A ausência de predadores e a organização social dos bichos permitiram que se tornassem espécie dominante e com grande sucesso demográfico. Com tanto êxito que, o excesso de população e consumo, fez afundar as folhas de nenúfar destruindo, por afogamento, toda a população.

Assim como se fora uma Atlântida dos insectos.

Estes dois exemplos servem para introduzir a questão que tenho vindo a colocar-me com frequência e que, sendo de fácil resolução em termos racionais, é praticamente impossível de pôr em prática por causa de direitos, desejos e emoções. É tal magna pendência a de saber se o modelo de crescimento contínuo em que vivemos poderá manter-se indefinidamente e para todo o género humano. Ressalta perfeitamente, a qualquer ser pensante, que não é possível tirar proveitos infinitos de coisa finita. Só se podem retirar objectos de um saco enquanto ele não estiver vazio. No entanto, em relação às possibilidades do Globo, é deste modo que procedemos. Agimos como se os bens fossem inesgotáveis e fosse possível manter o crescimento das produções ininterrupto e por todo o sempre. Mas o que acontecerá se defendermos que as nações, nestes actos, estão a depredar o nosso habitáculo – o planeta – e que melhor seria diminuir os nossos consumos de molde a fazer-se uma distribuição equitativa e racionalizada por toda a humanidade?


Bem, isto seria o cabo dos trabalhos!


Veja-se como toda a gente já percebeu que a continuidade do modelo de vida e consumo ocidentais – a expandir-se para todos os lados – vai conduzindo, pelo aquecimento global, à situação em que, como no mito citado, a Natureza lança a sua sétima vaga de absoluta limpeza. Que fazem as nações? Conversam, combinam e nada cumprem, agravando cada vez mais o problema, porque ninguém quer ceder um pouco do seu bem-estar e da ambição de incessante aumento do mesmo, de molde a abrandar o esgotamento e deterioração do ambiente e dos recursos naturais.


E têm, aparentemente, razão.


Porque é que eu hei-de ceder algo das minhas facilidades a favor de outros que nem conheço ou de um tempo em que já não estarei no mundo? Por outras palavras, porque hão-de os brasileiros deixar de melhorar a sua economia, devastando o pulmão do mundo – a Amazónia – para favorecer o nosso tipo de vida a que tão poucos deles têm acesso? Ou os chineses continuarem em pobreza endémica para não acrescentar mais poluição à gerada pelos países industrializados? E que partido, no Ocidente, de direita ou de esquerda, ousaria incluir no seu programa medidas de decréscimo de bens ou diminuição de protecção social sem ver desertar eleitores?

Pois é. Os geólogos bem nos avisam contra as várias extinções em massa ocorridas no nosso planeta. Se é verdade que tais factos se devem a causas exteriores como as radiações gama - provenientes de supernovas -, ou impacto de meteoritos; ou internas tais os vulcões, a divisão de massas continentais ou mudanças climáticas, a verdade é que agora, mercê da acção da humanidade, já se antevêem alterações ambientais que poderão vir a acrescentar mais um estrato geológico para o estudo de espécies malogradas.

Dir-me-ão os senhores a que propósito virá este arrazoado cataclísmico quando parto do princípio que falar de tais coisas é como pregar no deserto e que nunca, por nunca ser, deixaremos o produtivismo continuado e o trocaremos por um decréscimo de consumo mais compaginável com as possibilidades da Terra? A minha resposta, acompanhada por um sorriso cínico de impotência, será a de obter assim a única satisfação permitida a Cassandra. É a de olhar do alto o indígena atónito e pespegar-lhe um sonoro:

-Eu bem te avisei, não foi?...


Um pouco antes de, imparável, a sétima vaga fazer ruir todo o orgulho humano.




Carlos Alberto Correia

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Se este BE incomoda muita gente, mais deputados incomodarão muito mais!





A Democracia representativa deverá funcionar assim, sempre, não é novidade o BE andar na rua a lutar pelas pessoas, foi com a marcha contra o desemprego, foi com a marcha contra a precariedade e outras iniciativas que se estabeleceram muitas ligações, com os cidadãos, que surtiram efeitos e fazem com que cada vez mais existam pessoas a seguir as suas ideias, porque encontram alternativas diferentes, melhores daquelas a que têm sido habituadas ao longo dos anos.

O Bloco de Esquerda está a incomodar o Partido Socialista, viu-se no debate televisivo entre Francisco Louçã e José Sócrates, e vê-se, também, nos dias que correm nesta campanha eleitoral. Para um partido que festejou recentemente uma década de existência isto dá que falar, e deixa sinais claros que o PS tem outro adversário directo, ao que não estava habituado e está a deixar o seu líder , e não só, bastante incomodado.

O Bloco apresentou um programa que é de uma enorme abrangência, de várias temáticas que incomodam (que o diga o secretário geral do PS) mas que tem um fio condutor para a sociedade Portuguesa, a qual deverá ler para estar esclarecida. Muitas pessoas têm revelado interesse pelo programa descarregando-o na internet, já são mais de 200.000 downloads mas é necessário que sejam muitas mais, para que exista uma visão maior, de todos, daquilo que pretende o BE.

O facto de o BE estar a fazer uma campanha de grande proximidade com os cidadãos, está a revelar-se muito satisfatório, e obviamente, as pessoas sentem que o partido está a ir junto delas, confrontando-as com as suas ideias, criando debates e procurando saber o que mais as preocupa.

A Democracia representativa deverá funcionar assim, sempre, não é novidade o BE andar na rua a lutar pelas pessoas, foi com a marcha contra o desemprego, foi com a marcha contra a precariedade e outras iniciativas que se estabeleceram muitas ligações, com os cidadãos, que surtiram efeitos e fazem com que cada vez mais existam pessoas a seguir as suas ideias, porque encontram alternativas diferentes, melhores daquelas a que têm sido habituadas ao longo dos anos. É isto que se pretende dos agentes políticos, ir ao encontro das pessoas, não apenas nas campanhas eleitorais, porque a vida de uma máquina partidária vaia além das campanhas, é isso que também distingue o BE dos outros partidos.

Mas, é natural que existam aqueles que querem colocar "pedras na engrenagem" desta campanha e tentam por todos os meios desestabilizar, o que se compreende pois um "menino de dez anos" que já sabe o que quer deixa muitos a pensar! Só que, o comboio está em andamento e aqueles que ainda não decidiram o seu voto têm oportunidade de apanhar este comboio, sentar-se comodamente a ler o programa do Bloco de Esquerda e votar nesta alternativa dando oportunidade de mostrar as diferenças. Porque só quem pode mostrar que é diferente são os que nunca tiveram a oportunidade de o poder mostrar, pois quanto aos restantes já tiveram a sua oportunidade e será mais do mesmo!

No próximo dia 27 muitos terão oportunidade de poder dar o seu voto de confiança a quem também nas pessoas confia e com elas conta para fazer o seu trabalho.



Daniel Bernardino

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

UMA POLITICA DESPORTIVA PARA O BARREIRO




É voz corrente dizer que o Barreiro tem um grande movimento associativo. Se no que em número de colectividades é verdade, em actividade desportiva já é discutível.
A projecção de um concelho no panorama desportivo nacional e internacional é, e será sempre medida pela quantidade e qualidade dos títulos obtidos pelas modalidade praticadas pelos Clubes.
Uma politica desportiva concelhia deverá ter duas vertentes, a interna e a externa sendo que quanto melhores resultados tiver a actividade desportiva interna, melhor se terá na externa.
A política desportiva interna deverá passar pelo apoio à actividade dos clubes, mas nunca baseada na subsídiodependência.
Este apoio deverá assentar na realização de contratos programa no apoio á formação, e no apoio á realização de competições entre os Clubes.
A aprovação do regulamento de apoio ao movimento associativo foi um passo positivo.
Os intervenientes no MA não devem é deixar o documento como está, pois que como tive oportunidade de referir na reunião de discussão realizada no Lavradio, o desafio seguinte é por a máquina a funcionar, detectar dificuldades e como as ultrapassar no sentido de melhorar o documento e a transparência que se quer para a sua aplicação.
É necessário a apresentação por parte da autarquia de um relatório sobre a aplicação do regulamento em causa e bem assim de uma reunião com o MA para análise do mesmo.
A politica desportiva externa deverá passar pelo apoio aos Clubes que nos campeonatos das Federações Nacionais e Internacionais conquistem lugares de podium.
Deverão ser definidas quais as modalidades desportivas a serem tidas em consideração.
Será disponibilizada para cada época uma determinada verba e definidas as percentagens a atribuir a cada lugar de podium consoante se trate de campeonato nacional ou internacional.
Esta seria uma maneira de premiar o esforço dos clubes e reconhecer aqueles que no desporto projectam o nome da cidade no país e no estrangeiro.
A politica externa do município do Barreiro, deverá igualmente passar pela realização de eventos desportivos, regulares ou não, que projectem o nome da cidade no país e no estrangeiro.

Manuel Sabino
BE Barreiro